Restrição de Israel à ajuda para Gaza pode equivaler a crime de guerra, diz ONU

Autoridades alertam que centenas de milhares de pessoas podem passar fome no território palestino


Niamh Kennedy | CNN

O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, alertou que as restrições de Israel à ajuda para a Faixa de Gaza podem equivaler ao crime de guerra da fome.

Palestinos carregam sacos de farinha que pegaram de caminhão de ajuda perto de posto de controle israelense na Cidade de Gaza19/02/2024 REUTERS/Kosay Al Nemer

A declaração acontece um dia depois de um relatório apoiado pela ONU ter previsto que a fome é “iminente” no norte de Gaza.

Turk atribuiu a culpa diretamente a Israel, dizendo que a “situação de fome e inanição é um resultado das extensas restrições de Israel à entrada e distribuição de ajuda humanitária”.

O alto comissário para os direitos humanos ressaltou em comunicado: “A extensão das contínuas restrições de Israel à entrada de ajuda em Gaza, juntamente com a forma como continua a conduzir as hostilidades, pode equivaler ao uso da fome como método de guerra, o que é um crime de guerra”.

Turk também observou que, como potência ocupante, Israel tem a responsabilidade de garantir e facilitar o fornecimento de alimentos e médicos, bem como de ajudar o trabalho das organizações humanitárias.

Israel negou diversas vezes acusações de que tem impedido a entrada de ajuda em Gaza através dos seus rígidos controles.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentou transferir a culpa pela entrega limitada de ajuda para o Hamas durante uma entrevista recente à CNN, acusando o grupo de saquear suprimentos.

“Nossa política não é a fome, mas a entrada de apoio humanitário conforme necessário e tanto quanto for necessário”, destacou Netanyahu à CNN no domingo (17).

Turk também lembrou Israel da sua obrigação, ao abrigo do direito internacional dos direitos humanos, de garantir que os civis em Gaza possam ter acesso à ajuda “de forma segura e digna”.

Isso acontece no momento em que ocorreu uma série de incidentes violentos, incluindo alegações de Israel disparando contra civis reunidos para receber entregas de ajuda.

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