Rússia ajustará sua estratégia para o Ártico por mudanças geopolíticas em curso, anuncia ministro

Na esteira da mudança do contexto internacional e de suas relações com as nações próximas ao Ártico, a Rússia ajustará sua estratégia de desenvolvimento na região até 2035.


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Nesta quarta-feira (27), o Ministério para Desenvolvimento do Extremo Oriente e Ártico russo disse que as políticas para a região foram projetadas há quatro anos, mas, com os desafios geopolíticos de agora, é preciso um novo ajuste.

© Sputnik / Maksim Blinov

"Os documentos básicos para o desenvolvimento do Ártico foram adotados entre 2020 e 2021. Entendemos que a vida mudou, que existe um contexto internacional diferente, um contexto diferente de cooperação entre os Estados próximos ao Ártico e os pertencentes ao Ártico", disse o ministro Aleksei Chekunkov em uma reunião nesta quarta-feira (27).

A estratégia russa para desenvolvimento do Ártico foi assinada pelo presidente Vladimir Putin em outubro de 2020. O documento estabelece os principais rumos, objetivos e medidas para o desenvolvimento da região, bem como mecanismos, resultados esperados e fases da sua implementação, que incluem três períodos: de 2020 a 2024, de 2025 a 2030 e de 2031 a 2035.

Nos últimos anos, Moscou manifestou em muitas ocasiões a sua preocupação com o aumento das atividades militares da OTAN no Ártico, dizendo que havia um risco de confrontos não intencionais na região. A Rússia também permitiu a possibilidade de retirada do Conselho do Ártico se as suas atividades não satisfizerem os interesses russos.

O Conselho do Ártico é um fórum intergovernamental que aborda os desafios enfrentados pelas nações e povos indígenas da região. Há oito membros do conselho: Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.

Em março de 2022, após o início da operação militar russa na Ucrânia, todos os membros do conselho, exceto a Rússia, anunciaram que não participariam nas reuniões realizadas sob a presidência russa.

Em junho do mesmo ano, os sete países concordaram em renovar parcialmente a sua participação nos projetos em que a Rússia não está envolvida, com Moscou qualificando a sua decisão de "ilegítima".

Em maio de 2023, a presidência do conselho passou da Rússia para a Noruega.

Em fevereiro deste ano, o Ministério das Relações Exteriores russo disse à Sputnik que Moscou havia parado temporariamente de pagar contribuições anuais ao Conselho do Ártico "até que o trabalho prático neste formato seja retomado com a participação de todos os membros do conselho".

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