Catar rejeita críticas de parlamentar dos EUA sobre esforços de mediação em Gaza

A embaixada do Catar nos Estados Unidos expressou surpresa com os comentários de um parlamentar norte-americano nesta terça-feira sobre a crise de reféns em Gaza e sua ameaça de "reavaliar" a relação dos EUA com o Catar.


Muhammad Al Gebaly, Pesha Magid, Adam Makary | Reuters

CAIRO - O parlamentar democrata Steny Hoyer disse na segunda-feira que o Catar, que ao lado do Egito media as negociações por um cessar-fogo em Gaza, deveria dizer ao Hamas que haverá "repercussões" se o grupo militante palestino "continuar a bloquear o progresso para libertar os reféns e estabelecer um cessar-fogo temporário".

Democrata Steny Hoyer no Capitólio dos EUA em Washington 10/10/2023 REUTERS/Leah Millis

"Consequências deveriam incluir o corte do financiamento do Hamas ou se recusar a conceder refúgio a líderes do Hamas em Doha. Se o Catar não aplicar essa pressão, os Estados Unidos precisam reavaliar seu relacionamento com o Catar", afirmou Hoyer, em um comunicado.

Em resposta, o Catar afirmou que os comentários de Hoyer não eram "construtivos".

"O Catar é apenas um mediador -- nós não controlamos Israel ou Hamas. Israel e Hamas são inteiramente responsáveis por chegar a um acordo", disse o comunicado da embaixada.

"Claro, o progresso recente tem sido lento, e o parlamentar Hoyer não é o único frustrado. Mas culpar e ameaçar não é construtivo", afirmou.

O Catar é um importante aliado não pertencente à Otan, acrescentou a declaração. Atualmente, hospeda 10.000 soldados dos EUA e a maior presença militar dos EUA no Oriente Médio.

O Hamas matou 1.200 pessoas e fez 253 reféns durante uma incursão no sul de Israel em 7 de outubro, segundo os registros israelenses. Estima-se que 129 reféns permaneçam em Gaza e os negociadores falaram que cerca de 40 seriam libertados no primeiro estágio de um possível acordo com o Hamas.

A onda de assassinatos do Hamas em 7 de outubro desencadeou a ofensiva militar de Israel em Gaza, que, de acordo com autoridades palestinas, já resultou na morte de mais de 33.000 palestinos.

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