Marinha do Brasil negocia a compra do porta-aviões britânico ‘Prince of Wales’

Começa a render frutos o acordo assinado em fevereiro entre os governos britânico e brasileiro, que permitirá o acesso à UK Export Finance (Agência de Crédito à Exportação do Governo do Reino Unido) e apoiará os negócios no setor de defesa no valor de até 1 bilhão de libras.


Forças de Defesa

A Marinha do Brasil (MB) iniciou as conversações para a aquisição do segundo porta-aviões da classe “Queen Elizabeth” da Marinha Real Britânica, o HMS Prince of Wales.

HMS Prince of Wales - Marcin J Photography - @MarcinJ_Photos no X

A Royal Navy tem tido dificuldade de operar dois porta-aviões, pelos altos custos e pela falta de tripulações, enquanto a Marinha do Brasil tem o problema oposto: excesso de tripulantes e falta de navios.

Segundo o almirante Licarco Ferro, a MB buscará adquirir o porta-aviões pagando a longo prazo, o que ajudará a aliviar os custos, enquanto termina de pagar as prestações do Prosub – Programa de Desenvolvimento de Submarinos.

A ideia é adquirir o navio, mas modificando-o para a configuração CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery) com a remoção da rampa ski-jump, a colocação de uma pista de pouso em ângulo com aparelho de parada e a instalação de duas catapultas eletromagnéticas (conforme ilustração abaixo).

O porta-aviões da classe Queen Elizabeth na configuração CATOBAR

A Marinha quer que o navio fique pronto para operar aeronaves de caça de 4ª e 5ª geração e aeronaves de alerta aéreo antecipado, antes de ir às compras para a aquisição do grupo aéreo.

Segundo o almirante Licarco, a MB vai avaliar a aquisição dos caças Rafale (França), F-18 Super Hornet e F-35C (EUA), Sea Gripen (Suécia), J-35 (China) e KF-21N (Coreia do Sul). A aquisição de aeronaves de alerta aéreo antecipado E-2D Hawkeye (EUA) ou KJ-600 (China) também será estudada.

Os benefícios de operar um porta-aviões


De acordo com o almirante Licarco, a operação de um porta-aviões desse porte pelo Brasil representará um marco significativo em termos de projeção de poder, capacidade de defesa e influência geopolítica. Este ativo estratégico, mais do que um mero componente militar, será um instrumento de política externa e de segurança nacional, oferecendo ao Brasil uma série de vantagens tanto no cenário regional quanto global.

A posse e a operação de um porta-aviões permitirá ao Brasil projetar poder muito além de suas fronteiras marítimas, ampliando significativamente sua capacidade de influenciar eventos e decisões em outras regiões. Em termos práticos, isso significa poder realizar operações em águas internacionais, participar de missões de paz, realizar exercícios militares com outras nações e responder de maneira rápida e efetiva a crises internacionais.

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